quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aqui "com os meus botões"

- Eh pá... quem é vivo sempre aparece... Por onde tens andado?
- Pois que não sei bem... por aí... à toa... à procura...
- ... De quê?
- Das cores da vida.
- Oops... isso está pior do que eu pensava, a dar-te prá "fisolofia"...
- (sorriso cabisbaixo) Nada disso, já sabes que gosto de metáforas, na dose certa... E, sabes? Tem havido momentos em que consigo vislumbrar alguns daqueles tons suaves...
- Tipo quê?
- (Sento-me devagar no sofá do escritório e atiro) Redescobrir o prazer de ir beber cheia de vontade à fonte de pessoas muito interessantes ou de outras de quem já tinha saudades. Isto é: voltar, devagar, a achar que talvez valha realmente a pena...
- Vai-te lixar com essa conversa da treta, trata mas é de "meter a mão na massa", que a vida é agora, e daqui a minutos já era...
- Acho-te graça! Depois eu é que filosofo, não é?! :-).
(Faço uma pausa, acomodo-me melhor, entrelaço os dedos das mãos, reviro-os e obrigo-os a estalar, estico as pernas, olho fixamente pra lado nenhum e digo devagar...)
- Dou-te um exemplo: tenho tido contacto com uma pessoa nova que - por vias diferentes - me traz suavidade e injecta confiança. Após um jantar "assim", delicado, mandou-me um texto por email. Tenho que reproduzir uma parte:
" [...] Nos primeiros anos da faculdade tive um pequeno jardim à frente da minha casa em Filadélfia. Eu não era grande jardineiro, além de que costumava viajar no Verão, de maneira que as minhas plantas muitas vezes murchavam e quase morriam. Mas o que me surpreendeu em relação às plantas foi que, desde que não estivessem completamente mortas, voltavam à vida na sua forma mais gloriosa se lhes fossem proporcionadas as condições ideais. Não é possível curar uma planta; tudo o que podemos fazer é dar-lhe as condições de vida ideais - água, sol e terra - e esperar. [...] O amor e o trabalho são para as pessoas equivalentes óbvios da água e do sol para as plantas. Diz-se que quando perguntaram a Freud o que uma pessoa normal devia fazer para estar bem ele teria respondido amar e trabalhar. Se a terapia puder ajudar as pessoas a fazer bem essas duas coisas, conseguiu os seus objectivos. Na famosa hierarquia de necessidades de Maslow, depois de as pessoas satisfazerem as suas necessidades físicas (como as de alimento e de segurança), passam às necessidades de amor e de amor-próprio, que resulta sobretudo do trabalho. Ainda antes de Freud, Leão Tolstoi escreveu: "Podemos viver de forma magnificente neste mundo, se soubermos trabalhar e amar, trabalhar para a pessoa que amamos e amar o nosso trabalho".
The Hapiness Hypothesis, Jonathan Haidt
- Boommm... tu estás "a dar-lhe" :-)...
- Vai "encher-te de pulgas" :-)... A minha caminha espera-me, estou cheia de sono e cansada. Estive as últimas horas a beber experiências lindas e "retratos" fantásticos. Um encontro de trabalho feito com amor.

6 comentários:

  1. Uall...vejo que o encontro foi mesmo produtivo...
    beijo minha querida Baléu.

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  2. Baléu, li os teus últimos posts e senti-te um pouco desanimada com a falta de comentários. Linda, muitas das vezes as pessoas visitam o teu espaço e não deixam comentários. E olha que não tens assim tão poucos comentários para um blog que acabou de nascer e ainda é um bebezinho.
    O que tens de fazer é ver o blog como o teu jardim do qual tens de cuidar e tratar e isso deve dar-te gozo. Se as pessoas que passarem pararem e admirarem o teu jardim, será um bónus. Não ponhas como objectivo "os outros gostarem do teu jardim", mas sim "tu teres prazer no teu jardim". Beijos.

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  3. «Eu tenho a minha loucura!
    Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura.
    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios.»

    J. R. Cântico Negro

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  4. Querida Baléu. Venho aqui muitas vezes e nunca to disse. Adoro o teu jardim e ele faz-me um bem imenso. Cuida de ti e dele sempre! Beijinhos muitos, m.

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  5. Por falarmos em jardim...nem um só olhou as borboletas,as abelhas e tres pombos-todos (com NOME) que circularam,circularam,circularam...
    "Quem procuras Romeiro?".Recordo uma porta aberta(ao contrário)e uma grande Luz branca de orlas prateadas e tu recortada a preto e umas asas nos ombros em pontilhado de prata...É um quadro sem parede que diz tão bem com a ausência de geometria de tanta flor!...
    LINDO!

    ANA D. 12 de Maio de 2009 15:35

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  6. ...e continuando:há uma rua com saibro que me fez balançar enquanto olhava muito para cima a espreitar se,o céu rambém refletia como as águas azuis.E não.Só ajeitas o florido não procuras os reflexos?claro que isto é uma divagação-a verdade é que há tronquinhos assinalados com corações.Vieram...É o perfume-o teu inegualável perfume.
    ANA D. 16 de Maio 2009 17:37
    ANA D

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